Fênix de cristal e fogo
Dançando nas espirais
das estrelas tensas astrais,
és tu, Lilith, rainha
das feiticeiras e da vida.
Precisamos agradar o ego
antes que ele nos derrube.
Precisamos beijar o ego
antes que ele nos torture.
Todas as vezes que nos
sacrificamos
nosso espírito sangra tão
profano,
que nós nos cansamos,
cansamos.
Quem é o ego, este divino
estranho?
Por que temos tantos tabus
sobre a nossa vontade de
brilhar?
Por que temos tanta vergonha
de admitir que queremos
brilhar?
A humildade verdadeira
é a honestidade pura do ego
e não a repressão da vaidade.
Quer brilhar? Seja alma inteira.
Jamais seremos perfeitos.
Sempre tropeçaremos em
defeitos,
chorando, sangrando e fugindo
por causa da dor dentro do
peito.
Sempre teremos recaídas!
E é assim que vivemos a vida:
andando, caindo, andando,
caindo, andando e andando.
Que ilusão a de buscar
milagres
nos remédios, nas terapias e
na religião.
Haverá sempre uma dor interior
sem cura,
uma flechada de Quíron bem aguda.
Os remédios são só bons paliativos,
as terapias são, na alma, ataduras,
e a religião a nossa sagrada
armadura.
Nada adianta, mas tudo o que é
bom ajuda!
Não é preciso morrer por causa
disto!
Ame-se e abrace a cruz, a dor
e a limitação.
A vida é bela com quedas,
tombos e adversidades,
a maravilha da alma é a verdade
da nossa diversidade.
Siga com as suas terapias
espirituais eternas,
abrace os tratamentos
psíquicos para a vida.
Reze sempre, assopre bem toda
a dor,
olhe para a cicatriz emocional
com amor.
É desgastante cair sempre nas
mesmas lágrimas
e descobrir que algumas mágoas
não têm cura.
Mas, apenas sorria, caminhe e
persevere!
É difícil, mas é lindo estar
na nossa pele!
É denso viver na terra,
e as almas sensíveis sabem disto.
Chorando, estourando e caindo,
lavamos as feridas do
espírito.
Fênix eterna de asas de fogo!
Morrendo a cada queda da alma,
mas sempre renascendo de novo e
de novo.
Os sensíveis são assim neste mundo
louco!
Sensível como um cristal,
ardente com um grande fogo.
Assim sempre será frágil e
forte,
a minha fênix de cristal e
fogo.
Poesia mística escrita por Tatyana Casarino.
Referências mitológicas e astrológicas:
Lilith e Quíron são pontos frágeis do Mapa Astral. Lilith é a deusa da rebeldia espiritual, dos desejos ardentes, das aspirações individuais mais secretas e das frustrações na vida terrestre. Quíron, por sua vez, era um centauro (segundo a mitologia) que exercia a medicina e curava as feridas dos outros centauros enquanto carregava um grande segredo: jamais conseguia curar plenamente a própria ferida.
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