Elantris é o nome de um livro do autor norte-americano Brandon Sanderson. Trata-se de um romance com muita fantasia e magia. Hoje o autor brasileiro de literatura fantástica Mateus Bülow fará uma análise completa dessa obra, destacando os seus pontos positivos e refletindo sobre os seus pontos negativos. Confiram!
Elantris – Análise.
"Elantris era a capital de Arelon: colossal, linda, literalmente radiante e repleta de seres benevolentes que usavam suas poderosas habilidades mágicas em benefício de todos".
"Há dez anos, no entanto, a capital caiu em desgraça. Uma maldição misteriosa devastou Elantris e os corpos de seus habitantes, que agora vivem a decrepitude em intensa dor. Os elantrinos tornaram criaturas sem poder, enrugadas e parecidas com leprosos. E a própria Elantris ficou sombria e imunda".
"Nesta primorosa estreia de Brandon Sanderson, você vai vivenciar, em um único volume, uma grande história de fantasia, mistério, romance, humor, disputa religiosa e conflitos políticos como se estivesse diante de uma tela de cinema".
Essa é a contracapa de uma obra que demorei muito tempo para botar as mãos, mas não me arrependi quando tive a chance. Publicado em 2005 pela editora Tor Books, este livro escrito pelo americano Brandon Sanderson entrega tudo o que promete na contracapa: Medo; Fanatismo; Perseverança; Remorso; Lealdade... Os desafios fantasiosos são o menor dos problemas dos habitantes do mundo fantástico de Sel.
Como o folclore interno foi citado na contracapa, seguirei direto aos três personagens mais importantes: Raoden, o príncipe herdeiro de Arelon e recém-convertido em elantrino; Sarene, princesa de Teod prometida em casamento a Raoden; Hrathen, um soturno sacerdote do império de Fjordell. O foco narrativo segue esses três protagonistas em suas aventuras e desencontros.
Cada personagem possui seus objetivos: Raoden está determinado a encontrar formas de melhorar a vida do povo de Elantris, enquanto resiste ao sofrimento e desespero causado por sua nova condição, enquanto Sarene precisa sobreviver às intrigas políticas em Arelon e descobrir o que ocorre no submundo do reino. Hrathen, por sua vez, foi encarregado de converter os habitantes de Arelon em três meses, antes de Fjordell atacar o reino vizinho e conquistá-lo em nome da fé em Jaddeth.
Os destinos desses personagens se cruzarão junto com o futuro da cidade outrora abençoada e transformada em um cemitério infestado de almas perdidas. Elantris será salva de sua condição lamentável, ou será destruída pelo ódio e fanatismo religioso, juntamente com Arelon? Apenas lendo para descobrir!
Com isso disposto, eu convido o leitor a cruzar os portões de Elantris, e descobrir os segredos da cidade. Deixo avisado que ocorrerão algumas revelações no enredo durante a análise, e que as ilustrações aqui disponíveis não são oficiais, pois foram realizadas por leitores do trabalho de Sanderson. Sem mais delongas, é chegado momento da travessia!
Pontos positivos:
1-Três Destinos Interligados.
Apesar da trama complexa, Elantris não é um livro de leitura difícil. Contando com 569 páginas e ritmo lento (ao menos no início e no meio), Elantris se beneficia da ambientação e dos personagens, com três enredos que se entrelaçam em direção a uma conclusão levemente previsível, porém ainda empolgante e satisfatória ao leitor que seguiu até o fim.
Existem três grandes partes dividindo o livro, sem contar a introdução: A Sombra de Elantris; O Chamado de Elantris; O Espírito de Elantris. Essa divisão me leva a acreditar que Sanderson pensou em fazer uma trilogia com a história, ou então dividir o livro em dois, devido à discrepância no tamanho das partes; com 341 páginas, A Sombra de Elantris é maior que suas “irmãs” combinadas.
Com exceção da última etapa, mais curta e movimentada em comparação com as anteriores, todos os capítulos seguem a mesma estrutura narrativa: Primeiro, um trecho focado no Raoden, seguido de algumas cenas da Sarene, e por último os acontecimentos envolvendo Hrathen. Eu apelidei essa estrutura tripartite de RSH, ou “Relatos Selecionados (H)Ordenados”.
Os focos narrativos lembram vagamente os núcleos de novelas televisivas, com os seus respectivos personagens. De um lado, temos Raoden e sua trupe de sobreviventes, enquanto Sarene lida com a corte bizarra de Arelon e alguns parentes que vivem em seu novo lar. O “núcleo” focado no sacerdote Hrathen é o que possui menos personagens, além de ser mais reflexivo e melancólico.
2-Raoden, um Incurável Otimista.
O primeiro personagem apresentado ao leitor é o príncipe de Arelon e filho do rei Iadon. Outrora um rapaz atraente de cabelos castanhos, Raoden é convertido num “morto-vivo” logo no primeiro capítulo, sendo arremessado ao pesadelo que se tornou Elantris. Devido à sua nova condição, Raoden é dominado pela fome (apesar de elantrinos não precisarem comer), e sente todos os machucados e ferimentos; dessa forma, um polegar esmagado continuará doendo para o resto da vida dele.
Apesar de todo o sofrimento, Raoden não se deixa dominar pelo pessimismo, e busca a redenção para si mesmo e a cidade. O príncipe condenado vai aos poucos construindo uma comunidade independente em Elantris, enquanto defende seus novos súditos de gangues rivais. Os mais poderosos chefes entre os elantrinos salteadores são a agressiva Karata, o ardiloso Aanden e a misteriosa Shaor.
O conflito dos bandos lembra a disputa entre traficantes nas favelas do Rio de Janeiro, com suas gangues de rufiões. O estado físico e mental dos elantrinos sobrepujados pela maldição se parece com usuários de crack, com instintos animalescos. Raoden deve lutar contra a própria loucura, intensificada pela insanidade crescente de uma cidade inteira.
As armas à disposição do príncipe amaldiçoado são apenas três: a oratória, a força de vontade e a disposição em descobrir a origem dos problemas. Além de administrar seu grupo e atrair mais gente para sua causa, Raoden se dedica ao estudo dos Aons, desenhos misteriosos capazes de criar magia. Aos trancos e barrancos, Elantris se ajeita sob a direção de Raoden e seus amigos.
3-Galladon, a Voz do Bom Senso.
Falando em amigos, eu não poderia deixar de fora da análise o meu personagem favorito nessa história, e o maior aliado de Raoden na redenção da cidade. Taciturno, pragmático e rabugento, porém esforçado e fiel até o fim, Galladon oferece um interessante contraste com o otimismo do príncipe. Podemos ver os arquétipos de Don Quixote e Sancho Pança nas personalidades de Raoden e seu amigo.
Em comparação com seu parceiro de sangue nobre, Galladon possui uma relação mais íntima com Elantris, pois seu pai se transformou em elantrino numa época em que a conversão ainda se tratava de algo benéfico. Após a morte de sua mãe, Galladon tentou se tornar fazendeiro em Duladel, sua terra natal e única república de Sel; o fracasso nessa empreitada contribuiu para deixá-lo mais amargo do que o normal.
Quando chegou à cidade de Elantris, Galladon já estava dominado pela resignação, mas aos poucos foi se afeiçoando ao novo amigo. De certa forma, o fazendeiro atua como um freio prudente ao otimismo desenfreado de Raoden, evitando que o príncipe se arrisque demais em sua busca.
4-Sarene, a Princesa Prometida.
A primeira tarefa de Sarene na história é lidar com o luto, pois Raoden foi declarado morto pela realeza de Arelon. No entanto, a garota logo percebe muitas coisas “estranhas”, e se propõe a investigar os segredos sinistros do novo lar, movida pelas suspeitas e também por uma curiosidade natural e aguçada.
Para seguir na busca pela verdade, Sarene ataca em várias frentes simultâneas: Ao lidar com Iadon, a princesa teodena se finge de sonsa, aproveitando que o rei areleno não acredita em mulheres espertas. Sarene também aproveita para ensinar esgrima às nobres da corte de Arelon, conseguindo a simpatia delas.
O principal adversário de Sarene durante sua estadia em Arelon é Hrathen, e ambos são obrigados a lutar por Elantris, cada um deles defendendo visões opostas quanto à cidade e seus habitantes. Enquanto o sacerdote de Fjordell apresenta a fé em Jaddeth como prevenção à maldição de Elantris, a princesa de Teod oferece comida aos moradores da cidade, tentando mostrar os elantrinos como criaturas dignas de respeito.
Sarene tem desenvoltura no jogo político, pois serviu como embaixadora de Teod no reino de Svorden, porém mais tarde vemos um lado fragilizado da jovem: devido à rispidez ao lidar com pessoas que se aproveitam de sua boa-fé, Sarene teme nunca encontrar o amor. Essa insegurança torna a jovem interessante entre personagens femininas que buscam se sobressair por seus próprios méritos em um mundo masculino.
Um aspecto muito criticado pelos leitores ocorre nas cenas onde Sarene encontra parte de sua família em Arelon, nesse caso seu tio, Kiin. Pouco tempo após sua chegada ao reino, Sarene encontra Kiin vivendo com a família dele, composta da nobre Daora e quatro filhos (dois deles de um casamento anterior). Alguns críticos afirmam que essas cenas são desnecessárias à história, mas eu faço questão de discordar: os trechos são muito divertidos! Algumas cenas até lembram os episódios da Grande Família.
5-Os Seons.
Falarei agora de um elemento da história que pode ser considerado parte do elenco dos personagens, embora não sejam humanos. Os Seons são esferas brilhantes prateadas ou douradas do tamanho de um melão, e funcionam como “telefones” aos habitantes de Sel. Cada Seon possui um Aon em seu interior, e este serve como um nome.
O Seon de Sarene é o que mais aparece na história, e tem o nome de Ashe, derivado do Aon em seu interior. Ashe possui uma voz profunda e solene, e serve quase como um “anjo da guarda” da princesa, apresentando sugestões e prevenindo-a de se arriscar demais na busca pela verdade. Raoden e Sarene se conheceram por meio de seus respectivos Seons, e namoravam à distância antes do casamento.
O laço entre um Seon e seu respectivo proprietário é baseado no afeto que a criatura sente em relação a um humano, não sendo obrigados a servirem ninguém; em teoria, um Seon pode abandonar seu humano, mas isso raramente acontece. Os Seons não têm boa reputação em Fjordell, mas Hrathen possui uma dessas criaturas ao seu serviço.
Nenhuma comunidade de Sel possuía mais Seons do que Elantris, ao menos até ocorrer o Cataclisma responsável por destruir a prosperidade da região. Desde aquele fatídico evento, os Seons se tornaram raros em Arelon, pois eram associados à maldição de Elantris. As criaturinhas luminosas e esféricas da cidade perderam a voz, além de voarem sem rumo e sem mestre.
6-Hrathen, Entre a Fé e o Lamento.
Terminando a lista dos personagens mais importantes, veremos agora o meu segundo preferido entre eles, depois de Galladon. Hrathen é um Gyorn, um dos rankings mais altos no sacerdócio de Fjordell, e já está com quarenta e dois anos no início da aventura. Sua marca registrada é a vistosa armadura vermelha, usada para impressionar pessoas dispostas a ouvir suas palavras.
Por sua capacidade de oratória e devoção religiosa, Hrathen é enviado a Arelon pelo rei de Fjordell, e o sacerdote deverá converter o maior número possível de cidadãos à fé em Jaddeth. À primeira vista parece uma missão simples para Hrathen, pois ele atuou em outros países com o mesmo propósito. No entanto, o sacerdote sente-se culpado por uma guerra civil ocorrida na República de Duladel, e está decidido a não cometer o mesmo erro.
Durante a estadia de Hrathen em Arelon, seu principal aliado será Dilaf, um jovem disposto a se tornar mensageiro de Jaddeth. Enquanto Hrathen é solene e cauteloso, Dilaf não poupa ofensas aos elantrinos, aos quais ele chama de “hereges” e “abominações”, defendendo o extermínio imediato de todos eles. Durante as pregações, Hrathen busca deixar Dilaf sob seu estrito controle, mas aos poucos o aprendiz revela-se mais cruel e poderoso do que ele sequer poderia imaginar...
Em diversas cenas Hrathen demonstra dúvidas e inseguranças, além de vacilar na crença inabalável em Jaddeth. O primeiro encontro entre o sacerdote e Sarene ocorre em uma pregação religiosa nas muralhas de Elantris, e Hrathen fica impressionado com a retórica de sua adversária, revigorando-se diante de uma oponente forte. Isso não o impede de jogar sujo na metade e no final do livro: Hrathen usa um veneno fraco para se disfarçar de elantrino, e depois usa a mesma poção em Sarene, para tirá-la de seu caminho.
Meu trecho favorito envolvendo Hrathen ocorre perto do final da parte um, quando o sacerdote se vê obrigado a recorrer ao auxílio de Forton, um alquimista e curandeiro da nação de Hrovell. A conversa entre os dois ocorre com ajuda de Seons e é muito divertida, devido às discrepâncias entre um homem simples do interior e um alto sacerdote. As falas de Forton poderiam se passar por diálogos escritos pelo Ariano Suassuna, autor do Auto da Compadecida e A Pedra do Reino.
Hrathen pode ser comparado com o abade Claude Frollo do Corcunda de Notre Dame, ou ao menos com uma versão “suavizada” do personagem, e vemos essa influência nas ilustrações realizadas pelos fãs dos trabalhos de Sanderson. Assim como Frollo, Hrathen também se apaixona pela principal personagem feminina da história, embora seja mais discreto ao deixar escapar seus sentimentos.
7-Trama Política Convincente.
Como vocês já perceberam nos tópicos anteriores, esse livro transpira intriga política por todos os lados, e heróis e vilões fazem seus próprios esquemas, buscando vantagens a médio e longo prazo. A capacidade de falar com as pessoas certas possui tanto valor quanto os Aons ou as espadas disponíveis aos personagens.
Arelon é um barril de pólvora prestes a estourar: a população mais humilde está no seu limite, e os nobres tramam a derrubada do rei Iadon. Como se não bastasse a oposição interna, os inimigos externos também preparam seus movimentos, atacando navios mercantes para destruir a economia de Arelon e prejudicar sua aliança com Teod.
Falando em Teod, é digno de nota que esse reino apenas não foi atacado por Fjordell devido à sua formidável marinha de guerra, maior do que a nação rival. Na geopolítica, o poder de dissuasão sempre fala alto, e demonstrações de força possuem valor superior aos tratados firmados entre nações.
Eu imagino que alguns leitores habituais de fantasia estejam um pouco assustados, especialmente aqueles que ainda não se recuperaram das tramas brutais das Crônicas de Gelo e Fogo de George Martin, também conhecida como A Guerra dos Tronos. Pois eu adianto que ninguém precisa se preocupar em ver personagens morrendo de forma gratuita, nem com cenas de crueldade extrema. Salvo por um sacrifício humano e os trechos de combate perto do final, Elantris não possui muita violência.
8-Uma Grande História em apenas um Volume.
A ausência de mais volumes parece algo pueril perto do que vimos antes, mas é digno de nota em uma era onde escritores lançam suas obras com os fãs ansiosos já esperando pela continuação. Esse detalhe insignificante e ao mesmo tempo espetacular foi apontado por uma revista de ficção científica americana, chamada Kirkus Reviews, exaltando o fato de Elantris “não ser o primeiro volume de uma série interminável”.
Em geral, a maior parte dos elogios direcionados a Elantris dizem respeito ao sistema de magia e a construção dos personagens, descritos como “alheios aos clichês tradicionais da fantasia”. Sobre este ponto eu confesso ter minhas dúvidas, pois não considero arquétipos negativos à escrita de fantasia, e os personagens possuem certo charme, mesmo com alguns clichês em sua concepção.
Pontos negativos:
1-Uma Fantasia com Pé no Chão até demais.
É difícil apontar esse detalhe como um ponto necessariamente negativo, mas imagino que alguns leitores se sentirão frustrados ao folhearem Elantris, devido à relativa falta de coisas fantásticas ocorrendo ao redor. Não vemos dragões voando pelo céu ou gnomos escondidos nas montanhas e florestas, e a história parece “árida” devido a essas ausências. Com exceção dos Seons e dos elantrinos, não existem criaturas místicas na história, e a magia é escassa, resumida ao uso de Aons e poções.
Entretanto, é possível identificar um curioso e inesperado lado positivo em meio à falta de elementos tradicionais da fantasia: Facilidade em adaptar o material para outras mídias. Ainda não tivemos filmes ou séries baseados em Elantris, mas quem obtiver os direitos terá poucas preocupações com efeitos especiais, ao menos em comparação com Senhor dos Anéis ou Guerra dos Tronos. Seria possível fazer até uma peça teatral de Elantris.
2-Palavras Estranhas usadas com Frequência.
Este aspecto trata-se de uma observação pessoal, mas achei que seria interessante falar a respeito. O uso de palavras inventadas trata-se de um lugar-comum na fantasia, mas aqui temos um problema sério: Algumas palavras se parecem demais com outras, gerando confusão em alguns momentos. Aqui vai uma lista delas:
Shaod: fenômeno responsável pela transformação em elantrino.
Shaor: Uma menina líder de uma gangue em Elantris.
Reod: Terremoto responsável pela maldição dos elantrinos.
Shu-Keseg: Religião que deu origem aos ramos do Shu-Dereth e Shu-Korathi.
Shu-Dereth: Religião que venera Jaddeth, e prega obediência e dever acima de tudo.
Shu-Korathi: Religião que venera Domi, e prega a conversão por meios pacíficos.
3-A Capa da Edição Brasileira engana o Leitor.
Qual foi sua primeira impressão ao ver a capa no início da análise? Você vê um cavaleiro usando uma capa comprida, um elmo com chifres e envergando uma lança, mirando uma cidade no horizonte. A impressão inicial é a de que veremos uma aventura agitada e cheia de grandes desafios, onde a valentia e a proeza em combate irão definir o destino desse personagem e de muitos outros.
Apenas durante a leitura descobrimos que o sujeito na capa é Hrathen usando sua armadura de Gyorn, e que ele não se trata do protagonista. O contraste é ainda maior quando se compara a capa original da edição americana com o que tivemos no Brasil. Na primeira edição de Elantris, é possível ver Sarene, Hrathen e até mesmo Ashe na capa do livro.
Curiosidades acerca do Autor:
-Brandon Sanderson nasceu em 19 de dezembro de 1975, na cidade de Lincoln, capital do estado americano do Nebraska, sendo o primeiro de quatro irmãos. Entre os anos de 1995 e 1997, Sanderson participou de uma missão Mórmon na Coreia do Sul.
-Elantris foi o sexto livro escrito por Sanderson, e o primeiro a ser publicado. Além de Elantris, outros livros dele disponíveis no Brasil são os integrantes da série Mistborn.
-Além de atuar como escritor, Sanderson também ensina escrita criativa na mesma escola onde estudou. O autor possui diploma em Bioquímica e Língua Inglesa, e quase seguiu carreira na medicina.
-O pontapé inicial do reconhecimento na carreira literária de Sanderson deveu-se muito a outro autor que publicou livros pela Tor Books, ou mais precisamente à esposa dele. Em 2007, Harriet McDougal, viúva do escritor Robert Jordan, pediu a Sanderson para finalizar a saga A Roda do Tempo, pois seu marido não conseguiu terminá-la a tempo. Sanderson escreveu as três partes finais da Roda do Tempo, resultando em quatorze volumes.
-Sanderson ajudou a popularizar a diferenciação entre mágica “suave” e “dura” na concepção de sistemas de magia em histórias de fantasia. Quanto mais regras tiver o sistema de magia, mais “duro” ele será. Para simplificar esses conceitos, Sanderson criou três diretrizes:
1-A habilidade do autor em resolver problemas envolvendo magia é diretamente proporcional à capacidade do leitor em compreender o sistema correspondente.
2-Fraquezas, Limites e Custos são mais interessantes do que Poderes.
3-O autor deve expandir o que já faz parte do sistema de magia, antes de adicionar algo novo, pois isto pode alterar de forma intensa ou irreversível o funcionamento do sistema de magia no mundo ficcional.
Diretriz Extra: Na dúvida, ponha o que pareça ser mais legal.
-Se você souber inglês, ou tiver uma compreensão mínima da língua, vale a pena se aventurar na página oficial do autor, www.brandonsanderson.com. Lá estão disponíveis informações sobre os próximos lançamentos.
Texto escrito por Mateus Ernani Heinzmann Bülow.
Mateus é gaúcho da cidade de Santa Maria/RS, Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de Santa Maria (FADISMA), escritor e poeta. Ele ensina várias dicas de Literatura Fantástica e escrita criativa ao lado de Tatyana Casarino no Podcast Literatura em Ação:
Podcast Literatura em Ação
*Dentro da Literatura Fantástica, ele já publicou dois livros:
1) Taquarê - Entre a Selva e o Mar.
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2) Taquarê - Entre um Império e um Reino.
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