Olá, pessoal! Aqui é a Tatyana Casarino e hoje eu trago mais um texto interessante escrito pelo meu amigo escritor Mateus Ernani Heizmann Bulow. Quem é da geração dos anos 90 ficará mais entusiasmado com o texto com certeza. Eu tenho muito orgulho de ter nascido na "época de ouro" da Super Nintendo, por exemplo, com as maravilhosas fitas de games e todo o acompanhamento da evolução tecnológica.
Nascida em 1992, eu pude acompanhar a evolução tecnológica dos jogos de videogame. Eu fui uma das poucas garotas a ser apaixonada por videogames, já que a maioria das garotas não costuma ser muito fã de jogos. Eu, no entanto, tenho muitas boas lembranças de videogames, envolvendo momentos de lazer ao lado de meu pai.
Quando eu tinha quatro anos, meu pai me ensinou a jogar videogames e eu fiquei fascina por este universo, dividindo o tempo de brincadeiras entre bonecas e games. Nos jogos clássicos da Super Nintendo, eu venci o Super Mário e o Donkey Kong (quem não se lembra daqueles adoráveis macaquinhos?).
Eu também adorava Mortal Kombat e, modestia à parte, já venci muitas lutas e era melhor do que muito garoto por aí hehehe. Eu costumava ser a lutadora Kitana (uma das princesas da lista de hoje) nos jogos. Na adolescência, eu joguei muito PlayStation 2, especialmente o game de Guerra Desert Storm. Além desse jogo, no PlayStation 2, eu amava jogar a "Corrida Maluca" de Looney Tunes, bem como Mortal Kombat Armageddon (game onde você pode criar o seu próprio lutador). Aos 12 anos, eu ganhei um PSP (PlayStation Portátil) do meu padrinho e jogava GTA (Grand Theft Auto) com o meu amigo Lorenzo Vieira Kwiatkowski.
Na infância e na adolescência, meus passatempos favoritos eram: andar de bicicleta, brincar de Barbie, jogar videogame e ler livros e gibis. Mas, a minha hora de lazer divertida só era aproveitada depois de muito estudo (e eu amava estudar, sempre amei, meus pais nunca precisaram cobrar as lições de casa de mim hehehe). Assim, minha rotina era: chegar da escola, estudar e brincar (depois de estudar, é claro).
Raras pessoas conhecem o meu lado "jogadora de videogames". Mas, por trás desta pessoa feminina que ama maquiagem e salto alto, existe uma jogadora de videogames e uma lutadora de Mortal Kombat hehehe. Não deixa de ser curioso, mas o meu esporte favorito é boxe hoje em dia. Durante os meus treinos de boxe, eu me lembro dos movimentos dos lutadores de Mortal Kombat e dou risadas junto com o meu professor.
Quem disse que mulher não combina com videogames? Ao trazer dez mulheres célebres dentro da história do videogame (ainda que sejam personagens fictícias), a lista de Mateus comprova que há espaço para a mulher dentro do universo do videogame. Salvo engano, existia até uma comunidade no Orkut (o famoso e velho Orkut hehehe) chamada: "Garotas que jogam videogames".
Já adianto que as minhas princesas favoritas são a Peach e a Kitana. E as princesas de videogames favoritas de vocês, leitores, quais são? Deixem no comentário! Boa leitura!
Confira abaixo o texto de Mateus Ernani Heizmann Bulow!
10 Princesas dos videogames.
Os primeiros videogames surgiram em 1972, com a
estreia do Magnavox Odyssey, uma máquina primitiva para os padrões de hoje,
cujos direcionais nos controles eram iguais aos botões de girar dos rádios mais
antigos. No entanto, a verdadeira explosão comercial dos videogames ao redor do
mundo ocorreria nas gerações seguintes, com o Atari, o Master System, o
Nintendo 8-Bits (carinhosamente chamado “Nintedinho”).
Embora componham uma mídia recente em comparação com
a literatura, e mesmo o cinema e a televisão, os videogames seriam
influenciados pelas histórias de contos de fadas, ao menos quanto à concepção
de seus enredos, absorvendo seus elementos mais típicos: heróis predestinados,
armas mágicas, monstros a serem derrotados e princesas a serem resgatadas.
Entretanto, é injusto ver tais personagens apenas como donzelas em perigo ou
figuras passivas, e desde os tempos mais “remotos” dos games nós tivemos
heroínas determinadas a tomarem atitudes para salvarem seus reinos de vilões
diabólicos, ou mesmo da completa destruição.
A realização de uma lista com as princesas mais
conhecidas dos videogames já havia passado pela minha cabeça algum tempo, mas admito
que eu não sou um jogador contumaz, o que limita consideravelmente o alcance
desta lista. Muitos dos jogos aqui presentes nunca foram jogados por mim,
embora eu conheça as histórias dos mesmos (às vezes vale mais a pena acompanhar
de longe algumas coisas, sem se envolver).
Temos um elenco variado nessa lista, passando de
garotas que precisam de um herói, guerreiras determinadas, e até mesmo uma
combinação dessas duas facetas em uma única personagem. A maioria das princesas
citadas aqui são personagens jogáveis, ou então “Companions” (personagens não
controláveis, porém que acompanham os heróis); existem ainda as chamadas NPC, ou
personagens não controláveis. Por fim, outra regra adotada seria a de apenas
uma princesa por franquia, para evitar a saturação da lista.
Como os contos de fadas e histórias de fantasia
influenciaram primeiramente os jogos de RPG e de aventura, eles comporão a
maior parte desta lista, embora tenhamos uma única obra-prima dos jogos de luta
aqui. É necessário frisar que esta lista contará com spoilers (revelações no
enredo). Sem mais delongas, hora de colocar o cartucho no console (ou se
preferir, rodar o CD-ROM) e iniciar a lista!
“Eu não sou um criador de jogos de ação. Acho que sou
melhor em contar histórias” – Hironobu Sagakuchi, criador da série Final
Fantasy.
10 – Peach (Super Mario).
Tipo: Jogável, NPC ou
Companion, dependendo do jogo.
Nossa primeira representante na lista não apenas é a
primeira princesa a aparecer em videogames, como também foi uma das primeiras
personagens femininas a serem controladas no Nintendo 8-Bits, mais precisamente
em Super Mario 2. Peach (também chamada Toadstool em algumas traduções
americanas) é a governante do Reino Cogumelo, constantemente ameaçado por
Bowser e seu exército de monstros. Seu pai, o rei Cogumelo, já apareceu algumas
vezes, sendo o único humano no reino além dela.
Embora a versão mais conhecida seja a de vítima
constante dos planos da tartaruga cuspidora de fogo, Peach teve tantas
aparições em jogos que sua imagem passou de simples donzela para auxiliar Mario
e Luigi em muitas aventuras, e até mesmo heroína em diversas ocasiões,
invertendo os “papéis” e salvando os irmãos encanadores de diversas encrencas.
No segundo jogo da série principal, por exemplo, Peach já se destacava pelos
pulos mais altos, uma habilidade explorada em algumas continuações.
Como não poderia deixar de
ocorrer com personagens femininas populares, Peach era muito mal vista pelas
comunidades feministas, devido à necessidade de sempre necessitar de um
salvador (o que acabamos de ver que não é uma constante). A franquia Mario já
soma um número absurdo de jogos, entre RPGs, plataformas, esportes e corrida, e
em quase todas estas versões, Peach pode ser controlada, não lembrando em quase
nada a mocinha indefesa do primeiro jogo da série.
9 – Nina (Breath of Fire).
Tipo: Jogável ou Companion,
dependendo do jogo, ou do estágio.
Nossa nona colocada não se trata exatamente de uma
única personagem, mas uma série delas. A série de RPG Breath of Fire
(literalmente, “Bafo de Fogo”) é dividida em vários títulos únicos, onde não
existe continuidade com o título anterior, mas dois personagens sempre
aparecem, com diversas versões: eles são Ryu, protagonista com a habilidade de
virar um dragão, e Nina, uma princesa do clã Wyndia.
Na maior parte dos jogos, Nina é filha do rei de
Wyndia, um povo parecido com os humanos, exceto por um par de asas nas costas.
No entanto, suas motivações costumam variar de um título para outro. No
primeiro jogo da série, por exemplo, Nina se juntou ao bando de aventureiros de
Ryu para encontrar um antídoto para seu pai, envenenado por um bruxo; no
segundo título da série, Nina foi expulsa do clã por nascer com asas negras,
consideradas mau agouro na cultura de Wyndia. Uma das versões mais
diferenciadas dessa personagem está em Breath of Fire: Dragon Quarter, onde
Nina não é uma princesa, e sim uma humana submetida a experiências genéticas,
permitindo-a voar.
8 – Alisha Diphda (Tales of
Zestiria).
Tipo: Inicialmente jogável,
mais tarde NPC.
Assim como a franquia Breath of Fire, os RPGs da
série Tales não possuem relação entre si, e em um dos títulos mais recentes,
chamado Tales of Zestiria, uma das primeiras personagens a aparecer é Alisha,
filha de uma nobre de baixa estatura na hierarquia de Hyland, um dos reinos
onde a história se passa. Determinada a servir o seu reino, Alisha entra para a
guarda dos cavaleiros de Hyland; em sua primeira missão, a princesa ficou presa
em uma caverna, até aparecer Sorey, um explorador de ruínas e único humano em
sua vila.
Sorey e seu irmão de criação Mikleo levam Alisha até
a vila de serafins onde vivem (em Zestiria, serafins são criaturas invisíveis
aos olhos humanos, porém ainda capazes de interagir com eles), e após
descobrirem que o mundo está sob a ameaça de criaturas monstruosas, conhecidas
como Hellions, Sorey decide partir para ajudá-la a combater a Malevolência, uma
forma de energia negativa que cria tais monstros. No entanto, eles ainda
descobrem que o reino de Rolance está prestes a entrar em guerra contra Hyland,
e as mortes causadas por essa guerra aumentariam a Malevolência a níveis
estratosféricos.
Tales of Zestiria possui muitos temas similares à fé
cristã, em especial a lenda do Pastor, responsável por servir de mensageiro
entre o mundo dos humanos e dos serafins, e no meio da história é revelado que
Sorey é a nova encarnação do Pastor, portanto o responsável por evitar a
destruição do mundo pelos Hellions, liderados por Heldalf. Diferentemente do
que ocorre em muitos jogos, Alisha e Sorey não desenvolvem nenhum sentimento
entre si, com exceção de um laço chamado “escudeiro”, onde um Pastor escolhe um
seguidor para carregar parte de seu poder, bem como o fardo de purificar o mundo
da Malevolência. Tal laço poderia ser comparado ao dos apóstolos em sua missão
ao lado de Jesus.
Uma das principais críticas
sofridas por Tales of Zestiria foi a saída abrupta de Alisha do grupo de heróis,
perto da metade do jogo. Apesar de tal acontecimento no enredo ter causado surpresas
entre muitos jogadores (boa parte do marketing de Zestiria envolvia a princesa
de Hyland), ele faz todo o sentido, afinal Alisha tinha um reino para defender,
enquanto Sorey deveria continuar sua jornada em busca de mais serafins para
ajudá-lo. Mais tarde, uma aventureira chamada Rose se une à equipe, e vira ela
própria um escudeiro ao demonstrar afinidade com serafins.
Curiosidade adicional sobre Tales of Zestiria:
Heldalf já foi um general humano antes de se tornar um Hellion,
transformando-se em um monstro parecido com um leão após ser amaldiçoado por um
Pastor que antecedeu Sorey, por invadir uma cidade sagrada. Heldalf é
praticamente uma versão mais brutal e monstruosa da criatura de A Bela e a
Fera.
Tipo: Jogável.
7 – Lady Katarina (The Incredible Adventures of
Van Helsing).
Tipo: Companion.
Van Helsing apareceu pela primeira vez no Drácula de
Bran Stoker, e desde então diversas versões sobre este incrível personagem
apareceram em diversas mídias, incluindo este RPG feito por uma empresa húngara
chamada Neocore Games. Um dos principais destaques é esta dama fantasma,
chamada Lady Katarina, uma relutante parceira do herói matador de monstros, com
a língua tão afiada quanto uma espada.
A saga de Van Helsing e suas “Incríveis Aventuras”
começa com uma misteriosa carta enviada de um país europeu fictício, chamado
Borgóvia. Katarina foi uma princesa da antiga nobreza borgoviana, e por isso
mesmo Van Helsing manda seu filho (sim, aqui o protagonista é filho do herói de
Drácula) junto dela para investigar a situação. A moça fantasma foi liberta do
castelo assombrado onde vivia, por meio de um pacto entre ela e o clã Helsing,
obrigando-a a servir não apenas seu libertador como também seus descendentes.
Apesar de seu humor ácido e de seus frequentes
comentários irônicos em relação ao seu sisudo e desconfiado mestre, Katarina e
Van Helsing defendem muito bem um ao outro nas batalhas, e o próprio caçador
admite que não chegaria muito longe sem ela. Mesmo assim, o herói não esconde
seu temor frente às explosões de fúria da garota fantasma, em diversas
ocasiões. Outro traço engraçado da personalidade de Katarina é a sua paixão por
monstros e criaturas bizarras, os quais ela considera “adoráveis”.
Durante as partidas, Katarina
serve exclusivamente como personagem de apoio, lutando contra inimigos à
distância ou de perto, ou ainda utilizando sua aura fantasma para aumentar as
resistências do caçador de feras. Entre os diversos poderes disponíveis à
princesa borgoviana, temos raios que caem dos céus, garras congelantes, cópias
extras para lutar ao lado de Van Helsing, e até mesmo uma explosão suicida,
capaz de varrer todos os monstros do cenário de uma só vez.
No terceiro e último jogo da
saga, temos uma revelação chocante a respeito da morte de Katarina: a sua
própria família a executou como oferenda a Koschei, um terrível feiticeiro
imortal. Após uma luta contra sua irmã mais velha, chamada Irina, Van Helsing e
Katarina viajam até as Ilhas do Vácuo, encontram o coração de Koschei, e então
partem para a última luta contra o feiticeiro. Como recompensa pelos serviços
prestados, o protagonista liberta Lady Katarina de seus serviços, ao que ela
declina, afinal, em suas próprias palavras, “lutar contra monstros ao lado de
um caçador será uma maneira interessante de passar a eternidade”.
6 – Elika (Prince of Persia 2008).
Tipo: Companion.
A série Prince of Persia foi criada em 1989, e
originalmente era um jogo simples para o Macintosh, onde um herói deveria
impedir um vizir maligno de se casar com a filha do sultão (nada muito
diferente do primeiro filme do Aladdin). Nessa versão de 2008, entretanto, a
missão do herói é salvar o mundo da corrupção causada por Ariman, o deus do mal
nas lendas zoroastristas, e sua única companhia nesta missão é Elika, uma
garota fugitiva com poderes capazes de neutralizar as sombras de Ariman.
O encontro do aventureiro com a moça ocorre em um
cânion fechado, onde ele despacha dois guardas que a perseguiam. Não demoraria
até Elika revelar suas habilidades, tais como flutuar em pleno ar e purificar os
lugares sagrados corrompidos por Ariman e seus seguidores. Os seus poderes são
heranças de sua linhagem Ahura, uma tribo que combateu Ariman no passado,
durante dois mil anos.
Durante a jornada, Elika
revela seu passado para o protagonista anônimo (heróis anônimos fazem parte de
uma “tradição” dessa série): seu pai fez um trato com Ariman para trazê-la de
volta à vida, e com isso mais uma vez destruir o mundo com seus poderes. A
perda da mãe da princesa Ahura já foi uma perda grande demais para o
melancólico rei, mas ao entrar no pacto com Ariman, o próprio monarca virou um
monstro.
Embora reconhecendo que a morte de Elika seria
inevitável, caso a corrupção de Ariman fosse revertida, o aventureiro segue com
ela até o fim de sua jornada, mas acaba cometendo um terrível erro ao se deixar
levar pelos sentimentos e ressuscitá-la mais uma vez. A corrupção do deus
maligno volta a infectar o mundo, mas o destino final é incerto, com Elika afirmando
que “eles ainda contam com uma chance”, dando margem a uma continuação lançada
em 2009.
A influência do Zoroastrismo no Prince of Persia de
2008 contrasta fortemente com títulos anteriores da série, baseados em
histórias das Mil e Uma Noites. Ormuz é citado na história, embora não apareça
para enfrentar Ariman (levantando uma série de questões muito pertinentes sobre
sua inação frente às peripécias do deus do mal), e a própria tribo de Elika,
nomeada como Ahura, é uma referência a um nome antigo de Ormuz: Ahura Mazda.
5 – Lenna Charlotte Tycoon (Final Fantasy V).
Tipo: Jogável.
A série Final Fantasy surgiu em 1987, e o seu
primeiro título já contava com uma princesa a ser resgatada, chamada Sarah. No
entanto, apenas no quinto título finalmente apareceria uma princesa jogável,
chamada Lenna, muitas vezes traduzida como Reina. Sem dúvida existem várias
princesas de destaque nesta série, como Garnet (FFIX) ou Ashelia (FFXII), mas
decidi colocar Lenna na lista não apenas por ser a primeira personagem de
sangue real a ser controlável, como também fazer parte de uma época mais
inocente dos RPGs.
Lenna aparece logo na animação do início do jogo, ao
lado de seu pai prestes a viajar nas costas de um dragão, e o monarca a ordena para
não segui-lo, em hipótese alguma. No entanto, a menina de cabelo curto e rosado
decide investigar o que está acontecendo após ver um enorme meteorito cair nas
redondezas do reino de Tycoon, e é salva por Bartz Klauser, um aventureiro que
cruza o mundo com seu chocobo (uma criatura parecida com um galo do tamanho de
um cavalo).
No caminho do jovem errante e
da princesa, mais aliados vão surgindo: Galuf, um velho com amnésia, Faris,
líder de um bando de piratas, e bem mais tarde aparece Krile, a neta de Galuf.
Não demora muito até os heróis descobrirem a razão para o mundo passar por uma
estranha transformação: os quatro cristais dos elementos estão se enfraquecendo
com rapidez, e cabe a eles impedirem a destruição completa dos mesmos.
Durante a jornada dos cinco aventureiros, Lenna
provou ser bastante versátil, usando sua influência na corte para conseguir
passagem livre para o bando em diversas ocasiões, até mesmo como “diplomata”,
ao tentar convencer o rei de Waltz a não abusar dos poderes do cristal de água.
No entanto, muitas das ações bem intencionadas de Lenna tinham um lado
impulsivo, como foi o caso do dragão envenenado: para curá-lo, era necessário
dar-lhe erva de dragão, mas ele se recusava a comer. Para convencer o bicho de
que a planta era deliciosa, Lenna comeu um pouco das folhas na frente dele,
mesmo sabendo da letalidade dessa erva para os humanos.
Em comparação com outros títulos na série Final
Fantasy, o quinto certamente possui o elenco jogável mais “nobre” da série: no
meio da história, descobrimos que Faris se chama Sarisa e é a irmã mais velha
de Lenna; Galuf, por sua vez, é o monarca de Bal, uma nação localizada em uma
dimensão paralela, o que faz de Krile a sua sucessora no trono. Com isso, são
três princesas e um rei, com Bartz sendo o único “civil” no bando.
4 – Edea Lee (Bravely Default).
Tipo: Jogável.
Bravely Default é outro RPG criado pela mesma empresa
responsável pela série Final Fantasy, e apesar da semelhança entre seus
enredos, com cristais dos elementos a serem purificados, o jogo possui uma alma
própria, além de personagens muito carismáticos e divertidos. Contrariando
muitos RPGs, a princesa é a última personagem a se unir aos heróis, além de ser
a melhor guerreira do grupo.
A trama começa com um rapaz chamado Tiz Arrior, o
único sobrevivente da destruição de sua vila, em Norende; ao visitar o local
onde se localizava Norende, ele encontra a vestal (sacerdotisa) do vento Agnes
Oblige, encarregada de recuperar a energia dos quatro cristais sob as
orientações de Airy, uma pequena fada. Mais tarde, um aventureiro galanteador
chamado Ringabel se une ao grupo, bem como Edea, a única filha do monarca de
Eternia (não confundir o nome do reino com o planeta do He-Man).
Criada sob uma filosofia similar ao ateísmo, Edea
nutria grande ódio pelos adoradores dos cristais, acusando-os de se tornarem um
clero corrupto. Embora inicialmente estivesse determinada a capturar Agnes para
provar seu valor, Edea discorda dos métodos brutais dos Cavaleiros do Céu para
alcançar os objetivos. Quando o feiticeiro Ominas Crowe ameaça matar a vestal e
seus amigos, Edea se junta a eles na busca pelos cristais restantes, embora o
faça com grande pesar, por tecnicamente ter traído seu reino.
Se Edea pudesse ser comparada
aos quatro elementos, certamente seria o fogo, como prova sua personalidade
decidida, por vezes teimosa e inconsequente; esta “alma ardente” foi herança
direta de seu pai, bem como sua espada, chamada Ise-no-Kami. Sua visão de mundo
era especialmente dividida entre certo e errado, até o momento em que encontra
os heróis e percebe que nem todo cristalista (termo usado para os adoradores
dos cristais) é indiferente aos abusos dos seus líderes.
Um dos pontos mais divertidos de Bravely Default está
nas conversas entre Ringabel e Edea, com o rapaz de topete loiro buscando
inutilmente fazer a princesa de Eternia cair sob seus “encantos”. Mais tarde é
revelado que Ringabel é uma versão paralela de Alternis Dim, o guerreiro que
treinou Edea, o que significa que ele na verdade não era da mesma dimensão dos
heróis. Como pesar no coração, Ringabel retorna à sua própria dimensão.
Na continuação
do jogo, chamada Bravely Second, Edea agora lidera Eternia, mas deixa o trono
temporariamente para ajudar Tiz, bem como os novos protagonistas, Yew e
Magnolia, após Agnes ser raptada pelo exército de Oblivion. Ringabel também
reaparece como um “agente interdimensional”, encarregado de evitar mais
confusão entre os mundos paralelos. Embora sua participação em Bravely Second
seja curta em comparação com o primeiro jogo, Ringabel promete a Edea que “eles
ainda se veriam novamente”.
3 – Karen/Kara (Illusion of Gaia).
Tipo: NPC.
Illusion of Gaia é um RPG que apesar de não contar
com a mesma fama de séries como Tales ou Final Fantasy, possui uma base fiel de
fãs. Uma das razões estava em sua trama, que se passa em uma versão alternativa
do “nosso” mundo, com lugares históricos e ruínas reais, tais como a Muralha da
China, as Linhas de Nazca e até mesmo a lendária Torre de Babel. O protagonista
é Will, um rapaz sobrevivente de uma fracassada experiência de navegação ao
redor do mundo; ele vivia tranquilo com os avós em uma cidade ao sul do castelo
de Edward, até o dia em que a própria essência da Terra, autodenominada Gaia,
aparece em um sonho, alertando-o a respeito de uma “divindade” chamada Dark
Gaia, prestes a se aproximar do planeta em um meteoro.
Com a ajuda de seus amigos, Lance, Seth e Erik, Will
se prepara para viajar. No entanto, uma menina chamada Karen se esconde em sua
casa, mas é descoberta pelos guardas e levada à força para Edward. Will tenta
intervir e acaba preso, mas Karen o ajuda a fugir. O protagonista descobre que
o rei de Edward está cada vez mais sedento de poder, e em busca de seis
estátuas para tornar seu reino invencível; essas seis estátuas ajudariam a
impedir a chegada de Dark Gaia. Nesse interim, Will descobre que pode se
transformar no Cavaleiro das Sombras durante as lutas.
Apesar de Will ser o único personagem controlável em
Illusion of Gaia, bem como suas formas alternativas, seus companheiros de
viagem demonstram ser úteis e espertos em diversas ocasiões. Inicialmente,
Karen não demonstra entusiasmo por não estar acostumada à vida fora do palácio,
mas isto muda após o grupo passar por um naufrágio: o protagonista e a princesa
tiveram de passar uma semana sobre uma balsa, obrigando Karen a ser menos
“fresca” e reclamona. Outro momento determinante em sua personalidade foi
quando um feiticeiro a transformou em um quadro, sendo salva logo em seguida
por Will, além de reconhecer o quanto o rapaz era importante para ela.
Karen provavelmente é a personagem
de videogame com o mascote mais inusitado da história: um porquinho chamado
Hamlet, cujo nome, além de fazer referência ao personagem de Shakespeare também
é um trocadilho com “Ham” (“Presunto” em inglês). O bichinho é esperto ao ponto
de se mandar pelo correio para encontrar o grupo, e durante a passagem pelas
selvas do Camboja, Hamlet se sacrificou em uma fogueira, para que os canibais
não devorassem seus amigos.
Perto do final de Illusion of Gaia, Will decide ir
sozinho para a luta contra Dark Gaia, no entanto, Karen insiste em
acompanhá-lo, e durante o último confronto a princesa descobre ser descendente
do Cavaleiro da Luz. Com os poderes da Sombra carregados por Will, e a Luz de
Karen, Dark Gaia é derrotada, mas ao impedirem a chegada do meteoro, que sempre
vinha rumo o planeta em um ciclo até então interminável, os dois jovens mudaram
o rumo da história para sempre, e como consequência eles voltaria para a Terra
sem lembrar nada, nem mesmo um do outro.
Uma cena pós-créditos mostra todos os personagens do
grupo de heróis como se fossem crianças depois da aula, dando a entender que a
aventura foi fruto da imaginação delas, combinada com a aula de história. Isto
explicaria a presença de lugares reais em um mundo fantasioso, mas quem poderia
afirmar, com toda a certeza? Mesmo os videogames precisam de uma boa dose de
imaginação por parte do jogador...
2 – Kitana (Mortal Kombat).
Nossa próxima integrante não apenas é a única
princesa vinda de um jogo de luta, como provavelmente é a mais velha de todas,
com nada menos que dez mil anos de idade, em um corpinho de vinte. Kitana fez
sua primeira aparição em Mortal Kombat II, como filha e assassina pessoal de
Shao Kahn, trabalhando ao lado de Mileena e Jade. Mal sabia ela que Shao Kahn
era um usurpador, e Mileena não era sua irmã legítima, e sim um clone feito com
parte do DNA da princesa, misturado com material genético Tarkata (uma das
raças presentes na franquia MK).
Após descobrir a verdade sobre seu passado, as
mentiras de Shao Kahn e a origem de sua "gêmea" Mileena, Kitana se
inscreveu no torneio Mortal Kombat, onde conheceu Liu Kang e pediu sua ajuda
para derrotar Kahn. Seu plano foi descoberto por Mileena, que a atacou,
forçando Kitana a se defender e a matar a “irmã”, revelando abertamente que ela
não era mais leal à Shao Kahn.
Assim como sua mãe, Sindel, Kitana parece ter magias
derivadas do Ar, uma vez que é capaz de fazer com que outras pessoas sejam
levitadas, envolvidas por um “tornado” capaz de ricochetear projéteis e até
mesmo ganhar impulso no ar. Mesmo assim, ela é mais conhecida pelas táticas de
combate corpo-a-corpo e pelo uso dos seus leques, que também podem ser atirados
no ar e utilizados como adagas. Mesmo assim, sua habilidade mais assustadora é
o “Beijo da Morte”, capaz de fazer um inimigo inflar até explodir, explicando a
necessidade da guerreira usar máscara.
Apesar de ter mudado de lado
após descobrir a verdade sobre Shao Kahn e seu verdadeiro pai, o rei anterior
antes do golpe de estado que trouxe o vilão ao trono, Kitana continuava a ser
perturbada pelo passado. Mesmo após assumir o trono de Edenia (um dos reinos do
universo de Mortal Kombat), a nova rainha teve de lidar com invasores do mundo
inferior, comandados por Shao Kahn. Kitana nunca desenvolveu nenhum
relacionamento amoroso, mas ela possui certa afeição por Liu Kang, protagonista
dos quatro primeiro jogos da série, pois foi ele quem revelou a ela a verdade
sobre Shao Kahn.
Na época que Mortal Kombat II estava em produção,
havia uma personagem chamada Kitsune (“Raposa” em japonês), que trabalhava como
assassina pessoal para Shao Kahn. Os produtores decidiram incrementar a
história dessa personagem, e o resultado foi a criação da princesa de Edenia,
cuja rivalidade com Mileena já foi descrita por Edward John Boon, criador da
série Mortal Kombat, como “a maior rivalidade entre dois irmãos, apenas atrás
da briga entre Scorpion e Sub Zero”.
1 – Zelda (Legend of Zelda).
Tipo: Jogável, Companion ou
NPC, dependendo do jogo.
Assim como Peach, Zelda é uma das princesas mais conhecidas
dos videogames, e apesar do principal personagem jogável ser Link na maioria
das versões, o título da série sempre conteve o seu nome. Da mesma forma que Nina,
essa personagem faz parte de uma verdadeira linhagem contínua de garotas com o
mesmo nome, no entanto, as várias “Zeldas” são unidas pelo laço da reencarnação
e o sangue da família real de Hyrule.
Inicialmente
apresentada como uma simples donzela em apuros, Zelda passou por tantas
evoluções que tal título já não cabe mais na personagem, e alguns jogos da
série a representam como uma Companion ou mesmo uma personagem jogável. Existem
tantas “Zeldas” no universo da série que suas características físicas e mesmo a
idade não são fixas: a princesa de Hyrule já teve cabelo loiro, castanho,
ruivo, além de ser retratada como uma jovem entre os dez aos vinte anos,
dependendo da versão.
Uma das versões mais
divertidas de Zelda aparece no jogo Legend of Zelda: Spirit Tracks, que causou
alguma controvérsia entre os fãs por trazer locomotivas a vapor para a série,
geralmente ambientada em um universo medieval fantasioso. A princesa dessa
versão é possuída por um espírito maligno, e sua alma desgarrada se alia a Link
em busca de seu corpo. Sua forma espiritual consegue “possuir” armaduras
espalhadas pelo caminho para ajudar o herói em combate contra os monstros, mas
se um rato passar por parto da armadura possuída por Zelda, ela ficará
paralisada de medo até Link matar o roedor.
Por se tratar de uma série baseada em fantasia
medieval, referências aos contos de fada não faltam em Legend of Zelda. Logo no
segundo jogo, chamado Zelda – Adventure of Link, a princesa foi amaldiçoada por
um feiticeiro e posta em um sono profundo, cabendo ao rapaz de roupa verde
encontrar as três partes da Triforce para acordá-la. Falando em contos de fada,
Link possui influência de Peter Pan e Robin Hood em sua concepção.
A cronologia de Legend of Zelda
é especialmente confusa, mas isto se torna pouco relevante quando se toma em
consideração o ciclo de reencarnação ao qual Zelda está submetida. Possivelmente
Link também reencarna, assim como Ganon; entretanto, como ele é o “link” entre
o jogador e o universo fantástico de Hyrule, é impossível afirmar com absoluta
certeza. Seja como for, podemos esperar inúmeros games dessa série no futuro,
bem como mais lutas contra Ganon e buscas pelos pedaços da Triforce...
Curiosidades adicionais: a inspiração para o nome da
princesa de Hyrule foi a escritora Zelda Fitzgerald, esposa de Francis Scott
Fitzgerald, escritor americano cuja obra mais famosa é O Grande Gatsby, bem
como o conto O Curioso Caso de Benjamin Button. Outra Zelda muito conhecida é a
filha do já falecido ator Robin Williams, que escolheu o nome justamente por
ter sido um grande fã da série. Ao que parece, os universos da literatura, dos
filmes e dos games não estão muito distantes um do outro, no final das
contas...
Texto escrito por Mateus Ernani Heizmann Bulow.
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