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sábado, 30 de abril de 2016

Embriaga-te




Teus olhos não cobrem minh'alma,
tu alcanças apenas parte dela
quando declamas a canção dos ares
mergulhado no canto da sereia dos mares.

Eu sou a tua sereia do amor
perdida em vidas e vidas de dor.
Dos desencontros, supero a angústia
de viver sem teu calor, nobre e gentil pescador.

A realidade nos separa sem piedade,
abandonando a ilusão ao caos do sofrer
sem luz, sem som, sem mais sorrisos.
Hoje tu és o mar, a lembrança e o infinito.

A dor não tarda, nunca tarda!
O entorpecimento é apenas ilusão,
fantasia vã perdida e mais nada.
Invenção dos amantes, doce alucinação.

Eu fui a tua estrela guia,
mas também fui o teu ópio.
A vacuidade da realidade é fria,
e eu sofro da ânsia vã de desconstruir o óbvio.

Lua negra em aquário, vênus canceriana:
a combinação da amante profana.
Romantismo selvagem e cego,
seduções sem nexo, excêntrico ego.

Serpente amarga dos traumas,
a vacuidade exótica da alma.
O ritmo frenético das melódicas ilusões,
a gargalhada irônica que ceifa os corações.

As flores mais belas são sempre diferentes.
Tira-me daqui a imbecil normalidade
e embriaga-te com este doce néctar.
Eis aqui a substância de todas as coisas.

Poesia escrita por Taty Casarino.

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