A Rainha da Dor
A esposa de Plutão sangra no palco,
suas feridas latejam de orgulho dormente.
O véu do esquecimento acaricia o penhasco
que convoca a queda da alma silente.
A dor dança, sapateia sobre a alma,
corroendo praças, derrubando flores.
A deusa da dor toma vinho na escuridão
ao lado de Dionísio e Plutão.
Suas risadas assopram ironia,
derramou-se sofrimento na ala da vida.
Desfilando como uma deusa no turvo inferno,
ela faz do meu coração um eterno inverno.
Frio como a noite está o meu peito,
que lateja de angústia profana.
Exalando o odor desses sentimentos,
fétidas flores do mal em meu leito.
Um brinde a Baudelaire, cara angústia.
Derrama sobre o meu peito a tua voz,
renasça do jardim das flores esdrúxulas.
Embriaga-me, oh! deusa da dor.
Estes versos inspirados na escuridão
são como a chuva da noite
a explodir de afeição
pelas lições do teu açoite.
Tatyana Casarino
Poesia inspirada em Lilith, arquétipo feminino de Plutão para alguns astrólogos e símbolo reprimido do poder da mulher. Devido à negligência no que tange a este arquétipo, surgiram a opressão da mulher, as inseguranças femininas, a dificuldade de exercer a vida com naturalidade, de assumir seu poder pessoal e ter autoconfiança.
Arquétipo que foi considerado "maligno" de acordo com os dogmas retrógrados do catolicismo tradicional, sendo simbolizado pela "serpente" do paraíso que levou Adão e Eva à dor e ao pecado. Na realidade, Lilith foi a primeira mulher de Adão que não aceitou a submissão sexual e social como a tradicional Eva.
Na Astrologia Moderna, Lilith é a Lua Negra, a face mais oculta dos nossos instintos, simboliza sentimentos não vividos e o ponto de frustração e dor dentro do mapa natal. Porém, a influência de Lilith não é de forma alguma "maléfica" muito embora ela possa trazer grandes desafios no setor do mapa em que se localiza. Sabe-se que ela pode propiciar à pessoa instintos criativos, mediunidade, poderes psíquicos e magnetismo pessoal.
Poesia Gótica de Tatyana Casarino.
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