O caderno digital de Tatyana Casarino. Aqui você encontrará textos e poesias repletos de profundidade com delicadeza.









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domingo, 8 de novembro de 2015

Finitos pela mesma morte


    



   “Melhor é a boa fama do que o unguento precioso, e o dia da morte, melhor do que o dia do nascimento.” Eclesiastes 7.1

A morte ensina aos seres sobre a vida.
Somos filhos do mesmo sol
e finitos pela mesma morte.

Oh! Morte, tu que retiras as máscaras,
humilhas os arrogantes ao ceifar a glória
dessa doce vida profana e ilusória,
ensina-me a viver conforme a luz.

Se eu morresse hoje, oh! morte,
será que estaria satisfeita com as minhas obras?
As obras que o Grande Arquiteto quer
não são aquelas que os olhos enxergam.

As obras avaliadas pelo criador
são as construídas dentro de nossa alma.
Quanto amor existe dentro de seu coração?
Há amor suficiente para cobrir os seus pecados?

Transformação interior, dança da obreira,
você quer construir castelo?
Qual a sua obra interior ou fortaleza?
Em seus jardins, cadê a roseira.

Ricos, pobres, comerciantes,
professores, mestres, palestrantes,
brancos, negros, índios,
homens, mulheres, estudantes.

Ocidentais, orientais, esquimós,
americanos, ingleses, brasileiros,
argentinos, uruguaios, portugueses,
russos, alemães, franceses.

Todos os seres humanos são finitos,
falíveis, frágeis,pequenos e limitados
pela ação dominante do tempo inevitável
que ceifa as roseiras dos prados.

Todos nós temos o mesmo destino:
a terra, o pó e a finitude.
Então, diante disso, qual a sua atitude?
O que fará com o seu livre-arbítrio?

Todos nós somos iguais,
respeitemos, pois, todas as vidas.
As glórias acabam, os aplausos cessam,
o orgulho perde a razão de existir.

Nenhum ouro do mundo
é capaz de comprar a imortalidade.
A matéria deixa de ser importante
diante da cruel fatalidade.

O corpo se decompõe aos poucos,
as roupas se deteriorarão,
restará apenas a nossa nudez
dentro do útero da mãe terra.

Voltaremos ao princípio do nascimento,
para quem crê, nasceremos em outro mundo,
no instante em que a trombeta vibrar
ao ser tocada pelos anjos.

Como renasceremos do outro lado?
Melhores ou piores do que quando viemos?
Quantas obras aos anjos mostraremos?
Quanto amor dentro de nós teremos?

Poesia de Taty Casarino

*Imagem do Livro de Colorir Floresta Encantada de Johanna Basford. Gravura colorida por Taty Casarino.

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