O caderno digital de Tatyana Casarino. Aqui você encontrará textos e poesias repletos de profundidade com delicadeza.
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sexta-feira, 29 de maio de 2015
Quente e fria
16 Assim, porque és morno, e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca (Apocalipse).
Permita-me Deus
que eu não seja morna.
Ainda que eu peque
pelo vício da ira e da revolta,
orgulho-me de não ser morna.
Ainda que eu peque
pela melancolia fria
e pela raiva quente,
orgulho-me de não ser morna.
Os mornos criaram um império,
um império imbecil e apático.
Vivem de aparência e falso ouro,
eles são intolerantes, mesquinhos,
tontos, falsos e miseráveis.
Permita-me Deus
que eu peque pelo fogo,
pois prometo não ser morna.
Embora eu seja quente, ardente,
influente e fervente e cometa vícios,
orgulho-me, Deus, por não ser morna.
Ainda que eu derrame
mil lágrimas frias de tristeza,
orgulho-me, Deus, de não ser morna.
Ainda que eu atravesse
o vale escuro da revolta
e sinta o seu fogo a queimar
toda a minha alma viva,
orgulho-me, Deus, de não ser morna.
Ora sou quente,
ora sou fria,
ora sou silente,
ora sou alegria.
Ora sou fogo,
ora sou água,
ora sou terra,
ora sou ar.
Sempre flutuante,
entre o quente e o frio.
Sempre cativante ou triste
com milhares de lágrimas
a formar um rio.
Pecando pelo fogo,
pecando pela água,
os pecados serão perdoados,
todos transmutados pelo Amor,
eis que jamais fui morna.
Poesia de Taty Casarino.
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