O caderno digital de Tatyana Casarino. Aqui você encontrará textos e poesias repletos de profundidade com delicadeza.
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sexta-feira, 12 de dezembro de 2014
Anoitecer
No escuro da noite,
enquanto os pássaros dormem,
ouço voos estranhos e murmúrios,
são os açoites e não me orgulho.
Os açoites do mal,
os pássaros negros e os espinhos,
os vícios da alma que emergem
num mais profundo suspirar.
As lágrimas de dor,
as lápides das angústias,
as forças sombrias e intrépidas
das entranhas que sobrevivem
junto aos escorpiões.
Os vícios dos outros
são sempre ótimos espelhos
para os nossos vícios de cada dia.
A irritação profana,
o errar de alvo,
o pendurado e o louco,
o mal lavado e o mal falado.
Hipocrisias dementes
desta sociedade demente,
errantes profanos cegos ao luar.
Eu sou a rosa que sangra,
eu sou a rosa vermelha que chora,
aquela que vê Malkut com a alma,
aquela que arde o fogo do espírito.
Tatyana Casarino
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